Capítulo Três (Ultimo Sacrifício - Academia de Vampiros)


Capítulo Três


Bem, não exatamente desfeito. Desativado. Mais ou menos como aconteceu logo depois de ela ter recuperado Dimitri, fazendo com que ele se tomasse um dampiro de novo. A magia foi tão intensa que “queimou” nosso elo. Não houve qualquer explosão de magia agora. Era quase como se a escuridão fosse intencional da parte de Lissa. Como sempre, eu ainda conseguia senti-la: ela estava viva; ela estava bem. Então, o que me impedia de senti-la ainda mais? Ela não estava dormindo, pois eu conseguia perceber uma sensação de consciência alerta do outro lado. O espirito estava lá, escondendo-a de mim... e ela fazia isso acontecer.
O que é que era aquilo? Já era fato que nosso laço funcionava numa via de mão única. Eu podia senti-la; ela não podia me sentir. Do mesmo jeito, eu podia controlar quando entrar na sua mente. Com frequência, tentava me manter fora dela (com exceção do tempo de cativeiro na prisão), para preservar sua privacidade. Lissa não tinha esse tipo de controle, e sua vulnerabilidade às vezes a enfurecia. De vez em quando, ela conseguia usar seu poder para se proteger de mim, mas isso era raro, difícil, e requeria um esforço considerável de sua parte. Hoje, ela estava conseguindo, e à medida que essa situação persistia, era possível sentir seu desgaste. Não era fácil me manter de fora, só que ela estava conseguindo. E claro que não me importei com o modo que ela estava fazendo isso. Queria saber o porquê.
Aquele devia ser meu pior dia na prisão. Temer por mim mesma era uma coisa. Mas por ela? Era uma agonia. Se fosse minha vida ou a dela, eu teria partido para a execução sem hesitar. Precisava saber o que estava acontecendo. Será que ela havia descoberto alguma coisa? O Conselho teria decidido pular o julgamento e me executar? Lissa estaria tentando me proteger dessa notícia? Quanto mais espírito ela manejava, mais arriscava sua vida. Essa barreira mental requeria muita magia. Mas por quê? Por que ela corria esse risco?
Naquele momento, foi impressionante perceber o quanto eu contava com o laço para monitorá-la. E verdade seja dita: nem sempre eu recebia bem as ideias dos outros na minha cabeça. Apesar do controle que aprendi a exercer, sua mente às vezes penetrava a minha em momentos que eu preferiria não vivenciar. Nada disso me preocupava agora – apenas sua segurança. Ser bloqueada era como ter uma parte do corpo arrancada.
Passei o dia inteiro tentando entrar na cabeça de Lissa. E toda vez ela me mantinha fora. Aquilo era enlouquecedor. Além do mais, ninguém foi me visitar, e eu já tinha perdido o interesse pelo livro e pelas revistas. A sensação de animal enjaulado me atingia de novo, e passei horas gritando com os guardas – em vão. O velório de Tatiana era no dia seguinte, e o relógio que marcava o tempo para meu julgamento estava cada vez mais rápido. Chegou o momento de ir para a cama e a barreira no laço, enfim, caiu – porque Lissa adormeceu. O elo entre nós estava firme, mas seu inconsciente estava fechado. Eu não encontraria nenhuma resposta ali. Como não me restava mais nada, fui me deitar também, perguntando-me se seria cortada de novo pela manhã.


Não fui. Lissa e eu estávamos ligadas de novo, e eu era capaz de ver o mundo através de seus olhos mais uma vez. Ela havia se levantado cedo e se preparava para o enterro. Não vi nem senti qualquer sinal do motivo de eu ter sido bloqueada. Ela me deixava voltar a sua mente, como de costume. Quase me perguntei se não havia imaginado ter sido cortada por ela.
Não... Ali estava. Quase imperceptível. Dentro de sua mente, percebi pensamentos que ela ainda escondia de mim. Eles eram escorregadios. Toda vez que eu tentava pegá-los, eles escapavam das minhas mãos. Eu estava impressionada por ela ainda ser capaz de usar magia o bastante para conseguir aquilo, e isso era também uma clara indicação de que ela havia me bloqueado de propósito. O que estava acontecendo? Por que ela precisaria esconder algo de mim? O que eu poderia fazer a respeito de qualquer coisa, trancada num lugar horrível? Mais uma vez, minha inquietação aumentou. O que havia de tão terrível que eu não sabia?
Observei Lissa se aprontar e não notei sinal algum de anormalidade. O vestido que ela acabou escolhendo tinha mangas bufantes e ia até o joelho. Preto, é claro. Não era um vestido para ir a boates, mas ela sabia que ele faria com que algumas sobrancelhas se arqueassem. Sob circunstâncias diferentes, isso teria me deleitado. Lissa decidiu usar o cabelo solto, e seu tom louro-claro brilhou em contraste com o preto do vestido quando ela se olhou num espelho.
Christian se encontrou com Lissa do lado de fora. Eu tinha que admitir que aquela camisa social e a gravata o deixaram muito elegante, o que era atípico. Ele achou que um paletó seria demais, e sua expressão era uma mistura estranha de nervosismo, sigilo e o sarcasmo de sempre. Ao ver Lissa, porém, seu rosto se transformou por um momento, assumindo um ar radiante e impressionado.
Christian deu um pequeno sorriso para ela, a recebendo nos seus braços para um breve abraço. Aquele toque a deixou contente e reconfortada, acalmando sua ansiedade. Fazia pouco que os dois haviam reatado, e o tempo que passaram separados foi angustiante para ambos.
— Tudo vai ficar bem — murmurou ele, voltando a parecer preocupado. — Vai dar certo. Vamos conseguir.
Ela não disse nada, só o apertou ainda mais antes de dar um passo para trás. Nenhum dos dois falou enquanto andavam até o começo da procissão do velório. Concluí que aquilo era suspeito. Ela pegou na mão dele e se sentiu fortalecida.
Os procedimentos para velórios de monarcas Moroi eram os mesmos havia anos, não importando se a Corte era na Romênia ou na sua nova sede, na Pensilvânia. Esse era o costume dos Moroi. Eles misturavam o tradicional com o moderno, magia com tecnologia. O caixão da rainha seria levado por carregadores para o lado de fora do palácio e conduzido com grande cerimônia por toda a Corte, até chegar à catedral imponente. Ali, só um grupo seleto poderia entrar. Depois do velório, Tatiana seria enterrada no cemitério da igreja, tomando seu lugar junto de outros importantes monarcas e membros da realeza.
Era fácil identificar a rota do caixão. Postes com bandeiras de seda vermelhas e pretas marcavam um lado e outro. Pétalas de rosa haviam sido jogadas no chão por onde o caixão passaria. Nas laterais, os súditos se aglomeravam, na esperança de avistar sua antiga rainha. Muitos Moroi tinham vindo de lugares distantes. Alguns para acompanhar o velório e outros para acompanhar as eleições do novo monarca, algo que aconteceria logo, ao longo das semanas seguintes. O cortejo da família real – que em grande parte usava veludo preto aprovado por uma vendedora – já seguia para o prédio do palácio.
Lissa parou do lado de fora para se separar de Christian, pois, por certo, ele nunca teve esperanças de representar sua família num evento tão prestigiado. Ela lhe deu outro abraço apertado e um beijinho. Ao se afastarem, havia um lampejo de mistério nos olhos azuis dele – aquele segredo escondido de mim.
Lissa atravessou a multidão que se aglomerava ali, tentando chegar à entrada e encontrar o ponto de partida da procissão. O prédio não era como os dos palácios ou castelos da Europa antiga. Sua impressionante fachada de pedras e janelas altas combinavam com as outras estruturas da Corte, mas algumas características – a altura, os degraus de mármore – o distinguiam com sutileza das outras construções.
Um puxão no braço de Lissa interrompeu sua caminhada e quase a fez esbarrar num Moroi idoso.
— Vasilisa?
Era Daniella Ivashkov, mãe de Adrian. Para um membro da realeza, até que Daniella não era tão ruim e, na verdade, não se incomodava com meu namoro com Adrian – ou, pelo menos, não até eu ser acusada de assassinato.
Grande parte da aceitação de Daniella vinha do fato de ela acreditar que Adrian e eu iríamos nos separar de qualquer jeito quando eu recebesse minha missão de guardiã. Daniella também convenceu um de seus primos, Damon Tarus, a ser meu advogado – uma oferta que recusei ao escolher Abe para me representar. Eu ainda não sabia ao certo se tinha tomado a melhor decisão, mas era provável que tivesse manchado a maneira como Daniella me via, o que eu lamentava.
Lissa deu um sorriso nervoso. Estava ansiosa para se juntar à procissão e acabar logo com aquilo.
— Oi — disse ela.
Daniella estava toda vestida de veludo preto e tinha até pequenos grampos com diamantes brilhando no seu cabelo escuro. Preocupação e agitação marcavam seu belo rosto.
— Você viu Adrian? Não consigo encontrá-lo em lugar algum. Já checamos os aposentos dele.
— Ah — fez Lissa, desviando o olhar.
— O quê? — Daniella quase a sacudiu. — O que você sabe?
Lissa suspirou.
— Não sei bem onde ele está, mas o vi ontem à noite, voltando de uma festa. — Lissa hesitou, como se estivesse constrangida demais para contar o resto. — Ele estava... muito bêbado. Mais do que o normal. Estava com umas garotas... É tudo que sei. Lamento, lady Ivashkov. Ele deve ter... Bem, desmaiado em algum lugar.
Daniella esfregava as mãos, e compartilhei de sua angústia.
— Espero que ninguém perceba. Talvez possamos dizer... que ele está arrasado pelo luto. Tem tanta coisa acontecendo. Com certeza, ninguém irá notar. Você vai dizer isso, não é? Vai falar que ele está tristíssimo?
Eu gostava de Daniella, mas aquela obsessão da realeza por aparências começava mesmo a me irritar. Eu sabia que ela amava o filho, porém, sua maior preocupação ali não parecia ser o descanso de Tatiana, e sim o que os outros iriam pensar da quebra de um protocolo.
— Claro — respondeu Lissa. — Eu não gostaria que ninguém... Bem, eu detestaria que isso vazasse.
— Obrigada. Agora vá. — Daniella apontou para as portas, ainda parecendo ansiosa. — Você precisa tomar seu lugar. — Para a surpresa de Lissa, Daniella lhe deu um delicado tapinha no ombro. — E não fique nervosa. Você vai se sair bem. É só manter a cabeça erguida.
Os guardiões posicionados na porta reconheceram Lissa como alguém que tinha acesso à cerimônia e a deixaram entrar. Ali, no salão, estava o caixão de Tatiana. Lissa ficou paralisada de repente, e quase se esqueceu do que estava fazendo ali.
O caixão em si era uma obra de arte. Havia sido feito de madeira preta lustrosa e polido para brilhar bastante. Elaboradas pinturas de cenários em jardins com cintilantes cores metálicas de todos os tons adornavam um lado e outro. Ouro reluzia por toda parte, inclusive nas varas que os carregadores de caixão segurariam. Essas varas estavam decoradas com rosas cor de malva. Ao que parecia, os espinhos e as folhas dificultariam o trabalho dos carregadores de caixão, mas isso era problema deles. Do lado de dentro, descoberta e deitada numa cama de mais rosas cor de malva, estava Tatiana.
Era estranho. Eu via corpos de mortos o tempo todo. Aliás, eu os criava. No entanto, ver um corpo que havia sido preservado, deitado em paz e ornamentado... Bem, me dava arrepios. Era estranho para Lissa também, ainda mais por ela não lidar com a morte tanto quanto eu.
Tatiana usava um vestido de seda com um brilho suave num belo tom de roxo – a cor tradicional para se enterrar um membro da realeza. As mangas compridas do vestido eram decoradas com um desenho elaborado de pequenas pérolas. Eu costumava ver Tatiana de vermelho – uma cor associada à família Ivashkov – e fiquei satisfeita com a tradição do roxo para o enterro. Um vestido vermelho teria sido uma lembrança forte demais de suas fotografias sangrentas que vi na audiência, fotografias que eu tentava esquecer. Cordões de pedras preciosas e mais pérolas envolviam seu pescoço, e uma coroa de ouro com diamantes e ametistas repousava sobre seu cabelo grisalho. Alguém havia feito um ótimo trabalho na maquiagem de Tatiana, mas nem mesmo isso conseguiu esconder a brancura de sua pele. Os Moroi eram pálidos por natureza. Mortos, eram como giz – como os Strigoi. Aquela imagem atingiu Lissa com tanta intensidade que ela chegou a bambear um pouco, e teve que desviar o olhar. O perfume das rosas tomava o ar, mas havia um toque de decomposição misturado com aquela doçura.
A coordenadora do velório avistou Lissa e mandou que ela tomasse sua posição – depois de reclamar de sua escolha do vestido. As palavras afiadas atingiram Lissa, trazendo-a de volta à realidade, e ela entrou na fila com outros cinco membros da realeza, à direita do caixão. Lissa tentava não olhar muito de perto para o corpo da rainha e direcionava os olhos para outro lugar. Os carregadores logo apareceram e ergueram seu fardo, usando as varas decoradas com rosas para repousar o caixão sobre os ombros e, devagar, levá-lo em meio à multidão que aguardava. Os carregadores de caixão eram todos dampiros. Usavam trajes formais, o que me confundiu à primeira vista, mas então me dei conta de que todos eram guardiões da Corte – menos um. Ambrose. Como sempre, ele estava muito bonito olhando com firmeza para frente enquanto fazia seu trabalho, com o rosto vago, inexpressivo.
Me perguntei se Ambrose lamentava a morte de Tatiana. Estava tão concentrada nos meus problemas que insistia em esquecer que uma vida havia sido perdida ali, a vida de alguém que muitos tinham amado. Ambrose defendeu Tatiana quando me enfureci por causa da lei da idade. Ao observá-lo através dos olhos de Lissa, desejei estar lá para falar com ele pessoalmente. Ele devia saber mais alguma coisa sobre o bilhete que tinha me entregado no tribunal. Com certeza, não era apenas um garoto de recados.
A procissão seguiu, pondo fim às minhas reflexões sobre Ambrose. Na frente e atrás do caixão, estavam outras pessoas do cerimonial. Membros da realeza em trajes elaborados, compondo uma exibição esplendorosa. Guardiões uniformizados levando bandeiras. Músicos com flautas vinham de trás, tocando uma canção de luto.
Lissa, por seu turno, portava-se muito bem em público, e conseguiu seguir o ritmo lento e cerimonioso com elegância e graça, e com um olhar estável e confiante.
Eu não tinha uma perspectiva do lado de fora de seu corpo, é claro, mas era fácil imaginar o que os espectadores viam. Ela era bonita e majestosa, digna de herdar o legado dos Dragomir, e esperava-se que cada vez mais pessoas se dessem conta disso. Se alguém mudasse as leis da votação por meio de procedimentos-padrão, de modo que não tivéssemos que depender de uma missão em busca de um irmão perdido, não teríamos tanto trabalho.
Caminhar pela rota do velório levou bastante tempo. Até mesmo quando o sol começou a se pôr no horizonte, o calor do dia ainda pairava no ar. Lissa começou a suar, mas sabia que seu desconforto não era nada, se comparado ao dos carregadores do caixão. Se a multidão de espectadores sentia aquele calor, não demonstrava. Eles esticavam e viravam o pescoço para dar uma olhada no espetáculo que passava a sua frente. Lissa não prestava tanta atenção nos curiosos, mas, no rosto deles, eu via que o caixão não era seu único interesse.
Também observavam Lissa. As notícias sobre o que ela havia feito por Dimitri tinham se espalhado pelo mundo dos Moroi e, apesar de muitos serem céticos quanto a sua capacidade de cura, outros tantos acreditavam nela. Vi expressões de admiração e respeito na multidão e, por um segundo, perguntei-me quem de fato tinham ido ver: Lissa ou Tatiana?
Finalmente, avistou-se a catedral, o que era uma boa notícia para Lissa. O sol não matava os Moroi como matava os Strigoi, mas o calor e a luz ainda eram desconfortáveis para qualquer vampiro. A procissão estava quase no fim, e ela, por ser uma dos que tinham permissão para assistir ao serviço fúnebre, logo apreciaria o ar-condicionado.
Enquanto estudava os arredores, não pude deixar de pensar no ciclo de ironia que era minha vida. De ambos os lados do amplo terreno da igreja, havia duas estátuas gigantes de monarcas Moroi lendários: um rei e uma rainha que tinham ajudado os Moroi a prosperar. Muito embora estivessem a uma boa distância da igreja, as estátuas pareciam agourentas, como se inspecionassem tudo. Perto da estátua da rainha, um jardim que eu conhecia bem. Eu havia sido obrigada a cuidar dele como punição por ter fugido para Las Vegas. Meu verdadeiro propósito naquela viagem – que ninguém ficou sabendo – foi libertar Victor Dashkov da prisão.
Victor era inimigo nosso de longa data, mas ele e seu irmão Robert, um usuário do espírito, detinham o conhecimento de que precisávamos para salvar Dimitri. Se algum guardião tivesse descoberto que eu tinha libertado Victor – e que mais tarde o perdi – minha punição teria sido muito pior do que trabalhar com arquivos e jardinagem. Pelo menos fiz um bom trabalho no jardim, pensei com amargura. Se fosse executada, deixaria um marco na Corte.
Os olhos de Lissa demoraram em uma das estátuas por bastante tempo antes de se voltarem para a igreja. Ela suava muito agora, e me dei conta de que parte disso não se devia apenas ao calor. Ela se sentia ansiosa também. Mas por quê? Por que ela estava tão nervosa? Era apenas uma cerimônia. Tudo o que ela precisava fazer ali era dançar conforme a música. No entanto... ali estava de novo. Algo mais a incomodava. Lissa ainda mantinha um punhado de pensamentos escondidos de mim, mas alguns vazaram enquanto ela se preocupava.
Perto demais, perto demais. Estamos indo rápido demais.
Rápido? Não pelos meus cálculos. Eu jamais teria conseguido seguir naquele ritmo lento e cerimonioso. Me sentia especialmente mal pelos carregadores de caixão. Se eu fosse um deles, teria mandado as convenções para o inferno e começado a correr em direção ao meu destino. É claro que talvez isso sacudisse o corpo de Tatiana. Se a coordenadora do velório tinha se decepcionado com o vestido de Lissa, não haveria palavras para descrever como ela reagiria se a rainha caísse do caixão.
A visão da catedral se tornava mais nítida, com os domos emitindo um brilho âmbar e alaranjado sob o sol que se punha. Lissa ainda estava a vários metros de distância, mas dava para ver com clareza o padre parado na entrada. Seus trajes quase nos cegavam. Eram compridos, feitos de brocado dourado reluzente e pesado. Um chapéu arredondado com uma cruz, também dourada, repousava na sua cabeça. Achei de mau gosto da parte dele ofuscar o brilho dos trajes da rainha. Talvez fosse isso o que os padres faziam em ocasiões formais. Talvez chamasse a atenção de Deus. Ele ergueu os braços, dando as boas-vindas, exibindo ainda mais aquele tecido luxuoso. O resto da multidão e eu não conseguíamos deixar de encarar aquela exibição impressionante.
Então, talvez dê para imaginar nossa surpresa quando as estátuas explodiram.

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